Por Que Você Insiste Em Quem Não Te Escolhe? A Explicação de Gabor Maté Sobre o Desejo Mal Programado

Você sabe que aquela pessoa não te quer.
Não escuta.
Não retribui.
Não te sente.

E mesmo assim, algo em você continua desejando.
Esperando.
Se moldando para caber.

Isso não é fraqueza.
É neurobiologia emocional.
É um padrão relacional que começou muito antes — lá na infância, onde o afeto era escasso e o silêncio virou sinal de amor.

Gabor Maté, médico e referência mundial em trauma, chama isso de adaptação ao trauma relacional.
Segundo ele, quando o afeto disponível era instável, o sistema nervoso aprendeu a associar a ausência com segurança.
E o que era ausência virou familiar.
O que era dor virou desejo.

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Cada vídeo é uma alavanca emocional para transformar padrão em escolha.
Ative o sino — não como obrigação, mas como compromisso com a sua inteireza.

1. Desejar quem não te quer não é masoquismo — é condicionamento afetivo

Quando o corpo aprende desde cedo que amor vem misturado com dor, ele não diferencia carinho de tensão.
Ele só reconhece o que sobreviveu.
E por isso, mais tarde, a ausência parece amor.
A indiferença parece charme.
E a distância vira adrenalina.

Não adianta dizer para a mente “pare de gostar”.
Porque quem deseja não é a mente — é o corpo.
É o sistema nervoso tentando refazer o mesmo vínculo em busca de um desfecho diferente.

Esse é o ponto de partida da cura:
Parar de se julgar e começar a se observar.

2. A mente se engana, mas o corpo repete

Você se atrai por quem some.
Por quem nunca pergunta como você está.
Por quem não vê suas camadas mais profundas.

Mas esse desejo não é escolha.
É reflexo de um roteiro antigo.
O corpo não busca o que é bom — ele busca o que é conhecido.

Por isso, relações seguras parecem “sem graça” no início.
Porque o corpo está viciado em alerta.
Está treinado para funcionar em modo de sobrevivência.

Gabor Maté explica: o desejo mal programado é um corpo que ainda não aprendeu o que é afeto verdadeiro.

3. O ciclo só se repete enquanto permanece invisível

A virada começa quando você nomeia o padrão.
Quando deixa de romantizar a tensão e começa a perceber o custo emocional de repetir o mesmo roteiro.

Você não está em busca de amor.
Está preso num tipo de memória afetiva — onde o que dói parece casa.

Ao tornar isso consciente, você não muda tudo de uma vez.
Mas abre uma brecha onde a escolha verdadeira pode entrar.

4. A cura do desejo começa com um novo tipo de presença

O corpo precisa ser reeducado.
E isso não acontece com frases prontas, mas com experiências reais de vínculo seguro.

Quando alguém te escuta sem te corrigir…
Quando alguém permanece enquanto você se mostra…
O sistema estranha.
Desconfia.
Quase foge.

Mas se você sustenta a presença — mesmo desconfortável — algo começa a mudar.

Essa é a reprogramação do desejo:
ensinar o corpo que amor não precisa ser luta. Que cuidado também pode ser calmo.

5. Relações seguras assustam porque o sistema ainda espera dor

Você finalmente encontra alguém que escuta.
Que fica.
Que te olha com presença real.
E, de repente, algo estranho acontece: você perde o interesse.

É comum.

Isso não significa que essa pessoa não serve para você.
Significa que seu corpo ainda confunde calmaria com tédio.
Porque passou anos relacionando adrenalina com amor.

O que é novo demais parece sem vida.
Mas não é sem vida. É sem trauma.
Sem jogo. Sem ausência. Sem sofrimento.

Stephen Porges, criador da Teoria Polivagal, explica que o sistema nervoso só sente segurança real quando está em estado de regulação.
E isso se aprende com novas experiências, não com argumentos.

Por isso, a reprogramação afetiva exige um passo essencial:
Sustentar o desconforto de ser bem tratado.

6. O novo desejo precisa de prática, não de mágica

Reeducar o corpo é uma prática.
Não se trata de “gostar” de outra pessoa à força.
Mas de criar um novo parâmetro interno de valor e cuidado.

A prática começa em pequenas escolhas:

– Escolher pausar antes de responder à velha carência
– Escolher notar quem te vê — não só quem te atrai
– Escolher ficar com a calma, mesmo que ela pareça “sem emoção”

É um treino afetivo.

Você não força o corpo.
Você o ensina, com repetição, a não fugir da presença estável.

7. A exposição emocional filtra quem merece ficar

Chega uma hora em que não dá mais para se esconder.
Nem romantizar distância.
Nem aceitar ser quase visto.

E quando você se mostra, algo acontece:
Quem só queria o seu disfarce se afasta.
Mas quem consegue sentir a sua verdade… se aproxima.

Esse é o ponto em que a sua dor deixa de ser argumento de fuga
e se transforma em critério de escolha.

Quem não tem estrutura emocional vai dizer que você é “demais”.
Mas quem te vê vai entender que você é apenas alguém tentando amar sem se perder de si.

8. Você não é carente — você só não quer mais mendigar afeto

Mostrar sua necessidade de ser sentido não é fraqueza.
É maturidade emocional.

Mas isso exige um novo posicionamento interno:
parar de tentar caber em lugares que só funcionam se você se mutila emocionalmente.

Não é arrogância.
É dignidade afetiva.

Quem não aguenta sua profundidade vai embora.
Mas quem tem presença para sentir — permanece.
E isso, por si só, já é cura.

Finalizando: amor não é o que excita — é o que acalma

Você pode ainda se atrair por ausência.
Pode ainda sentir falta de quem não te sente.

Mas agora… você sabe.
Sabe que isso é memória — não destino.

Gabor Maté nos lembra: o desejo pode ser reprogramado com consciência e afeto.
E esse processo começa no momento em que você decide não se abandonar mais para ser aceito.

Assista ao vídeo completo no canal O Poder do Ser.
Lá, você vai encontrar não soluções mágicas, mas chaves profundas.
Chaves que destravam o desejo — e o libertam do que repete dor.

Seu corpo merece aprender que amor não precisa machucar.
Sua alma merece ser escolhida por inteiro.
E você merece parar de se explicar para continuar sendo amado.